FEIJÃO PERDE ESPAÇO PARA O MILHO NA BAHIA
Leia a matéria do Globo Rural na íntegra:
A colheita de feijão em Adustina, na Bahia, está quase terminando. A safra deve ser maior que a do ano passado. Mesmo assim, o grão tem perdido espaço para o milho.
Adustina, no nordeste da Bahia, fica na divisa com o estado de Sergipe. Este é o último mês da colheita do feijão. Este ano, a chuva ajudou a produção.
"O ano passado choveu em demasia, prejudicou bastante a safra. Este ano choveu bem, mas no momento da colheita, a chuva diminuiu e isso faz com que a nossa produção tenha melhor qualidade" afirma o produtor Roberto Santos.
Com uma ajudinha do clima, a produção este ano cresceu. A expectativa é que sejam colhidas 6.500 toneladas, um aumento de 30% em relação à safra anterior.
O feijão de Gilberto Vieira seca na frente de casa. O agricultor colheu 45 sacas em dois hectares cultivados. “Tudo que plantei colhi, né. Colhi tudo, graças a Deus”, diz.
No início da colheita, o preço da saca de 60 kg estava baixo, e preocupava os produtores: R$ 60. Agora, já chega a R$ 95.
"Os Estados de Alagoas e Pernambuco tiveram muitas perdas com o excesso de chuva que ocorreu nos últimos meses, então isso favoreceu para gente , pro nosso preço ter um aumento", afirma o engenheiro agrônomo Lucio Sergio Menezes.
Com a colheita do feijão chegando ao fim, agora os cerca de quatro mil produtores de Adustina estão animados com a safra do milho, que está no começo e a todo vapor.
Nos últimos cinco anos, o milho passou a ocupar a área antes plantada com o feijão, cerca de 27 mil hectares. O feijão perdeu espaço, segundo os agricultores, principalmente por causa das dificuldades com a mão-de-obra e da constante variação de preço.
“O feijão, os defensivos agrícolas, não dá para limpar bem o feijão. E a mão-de-obra para botar com gente na enxada é muito cara. Aí não tá compensando plantar feijão em grande quantidade”, afirma o produtor José Antônio de Menezes.
Hoje, em Adustina, o feijão ocupa cinco mil hectares. A área do milho é bem superior, 27 mil hectares.
A colheita do milho começou este mês e termina em janeiro. A previsão é retirar do campo 180 mil toneladas do grão, 70 mil a mais que no ano passado. José Antônio ainda planta feijão, mas em apenas dez hectares. No resto da propriedade de 60 hectares, ele preferiu investir no milho. Espera colher seis mil sacas. "Estamos plantando o milho com semente selecionada, hoje em dia, aplicando adubação correta. Os tratos culturais são todos mecanizados e a produção é bastante satisfatória”, diz o produtor.
Os produtores estão vendendo a saca de milho por R$ 25, R$ 8 a mais que o preço pago ano passado.
(Fonte: Globo Rural)
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