Ladrões de banco obrigaram reféns a ajudar no transporte de caixas eletrônicos durante assalto a uma agência do Banco do Brasil na madrugada desta quinta-feira (24), em Adustina (362 km de Salvador).
Segundo o Sindicato dos Bancários da Bahia, já houve pelo menos 25 assaltos a banco no interior da Bahia somente de janeiro até a primeira quinzena de abril de 2011. Em 2010, foram 60 casos durante todo o ano, sendo 50 no interior. Na maioria das ocorrências, as ações seguiram roteiro “cinematográfico”: quadrilhas chegam atirando, tomam reféns e incendeiam carros ao fugir.
O assalto desta quinta não foi diferente, conforme relatou ao iG José Roberto de Menezes, 40 anos, que mora na praça em que houve o roubo e disse ter presenciado toda a ação.
Segundo ele, um grupo com cerca de dez homens armados e encapuzados chegou a Adustina por volta de 1h, já com reféns tomados na entrada do município e na cidade vizinha de Fátima. Forçaram os homens reféns e outros que estavam na praça em frente ao banco, a principal da cidade, a quebrar as portas de vidro da agência e a colocar dois caixas eletrônicos sobre uma camionete. Mulheres foram obrigadas a deitar no chão.
De acordo com o morador, os ladrões carregavam “uma arma maior do que a outra”, mas não chegaram a atirar. Apenas apressavam os moradores a carregar os caixas e diziam que só queriam “o dinheiro do governo”.
A ação, relatou Menezes, durou cerca de 40 minutos. Os ladrões fugiram em dois carros, levando cerca de dez reféns, liberados no município vizinho de Sítio do Quinto, onde também teriam assaltado casas e incendiado um veículo na fuga. Até o momento não há registro de feridos nem de prisões.
Sobre a presença de policiais na cidade de 15 mil habitantes, o morador disse ser “muito difícil”. “A polícia aqui é como diz o ditado: nada é a mesma coisa.” A assessoria de comunicação da PM, em Salvador, informou ainda não ter registro do assalto.
No início de abril, o governo Jaques Wagner (PT) prometeu investir R$ 20 milhões na criação de uma força-tarefa para tentar combater a ação de quadrilhas especializadas em roubos a banco, com participação de entidades bancárias, polícias Federal e Rodoviária Federal e Ministério Público.
Em entrevista ao site iG, o delegado-geral da Polícia Civil baiana, Hélio Paixão, disse que a onda de assaltos pode estar relacionada a um fator sazonal. “É um período [começo do ano] em que pode haver maior incidência desses crimes, de grupos que vão buscar recursos para movimentar outros delitos, como tráfico de drogas e de armas”, afirma.
O chefe da Polícia Civil, que assumiu o cargo na semana passada, diz que por ora não há provas de eventual migração de criminosos pressionados por ações policiais em outros Estados, como o Rio de Janeiro. “O que notamos é que criminosos baianos podem estar fazendo ações junto com criminosos de outros Estados, como São Paulo, Pernambuco e Goiás.”
Paixão destacou que a Bahia é um Estado de dimensões continentais, com fronteiras extensas que favorecem a fuga de criminosos. Disse que o governo estadual mantém uma equipe multidisciplinar, com policiais civis e militares, dedicada à elucidação desses crimes. “Existem equipes em condições de se deslocar [ao local dos assaltos]”, afirmou.
POLÍCIA VÊ "CRIME DE VERÃO" EM ONDA DE ASSALTO A BANCOS NA BAHIA
O chefe da Polícia Civil, que assumiu o cargo na semana passada, diz que por ora não há provas de eventual migração de criminosos pressionados por ações policiais em outros Estados, como o Rio de Janeiro. “O que notamos é que criminosos baianos podem estar fazendo ações junto com criminosos de outros Estados, como São Paulo, Pernambuco e Goiás.”
Paixão destacou que a Bahia é um Estado de dimensões continentais, com fronteiras extensas que favorecem a fuga de criminosos. Disse que o governo estadual mantém uma equipe multidisciplinar, com policiais civis e militares, dedicada à elucidação desses crimes. “Existem equipes em condições de se deslocar [ao local dos assaltos]”, afirmou.
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