“Um dia em que a extensão rural se consolida, junto com a pesquisa agropecuária, numa importante prática para o desenvolvimento da produção agrícola”. Essa foi a avaliação do presidente da EBDA, Elionaldo de Faro Teles, sobre o Dia de Campo “Tecnologias para o desenvolvimento da agricultura familiar no Estado da Bahia”, realizado no ultimo dia 30, na Fazenda Lagoa da Vaca, município de Paripiranga.
O evento é realizado pela Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (Seagri) através da gerência regional da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola S.A. (EBDA) em Ribeira do Pombal e pela Embrapa Tabuleiros Costeiros, de Sergipe. Contou com um público estimado em mais de 1.000 pessoas, entre agricultores, estudantes, técnicos, representantes dos governos municipais, de associações e cooperativas rurais e de comunidades indígenas da região.
“O grande número de pessoas presentes neste Dia de Campo só reforça a importância da articulação entre pesquisa e extensão rural, principalmente para a agricultura familiar. O produtor vem porque aqui tem acesso à teoria e pode ver sua aplicação prática, avaliar o resultado dos experimentos” afirmou Faro. “Fiquei muito feliz em ver o relacionamento de confiança que há entre os extensionistas e os produtores, principalmente porque foi nessa região, no município de Cipó, que comecei minha carreira como técnico da EBDA”, lembrou o presidente da EBDA.
AGRICULTURA E SUSTENTABILIDADE
A propriedade Fazenda Lagoa da Vaca foi dividida em quatro estações para demonstração, de forma prática e dinâmica, das tecnologias para o desenvolvimento da agricultura no semiárido. Foram privilegiadas as culturas de milho e feijão, tradicionais na região, e apresentadas algumas alternativas com bom potencial de desenvolvimento. No campo de demonstração, os agricultores puderam ver a performance de cultivares de feijão, soja e girassol, além do comportamento de híbridos de milho com diferentes potenciais de produtividade, resistência à doenças e adaptabilidade ao clima e solo da região.
Na primeira estação, o pesquisador Augusto César Gonzaga, da Embrapa Arroz e Feijão, falou sobre feijão comum e vinga, apresentando as características das variedades relativas ao ciclo, coloração dos grãos, resistência a pragas e doenças, potencial de produção e aceitação no mercado. O agricultor José Carlos de Souza ficou muito interessado nas explicações: “Sempre plantei feijão; quando a produção não dava certo, achava que era culpa do frio ou da chuva. Agora vi que escolhendo a variedade certa e tendo mais cuidado no manejo, corro menos risco de perder a produção”.
Variedades de soja e girassol foram tema da segunda estação, mostradas como fontes alternativas de produção para alimentação animal e bicombustíveis. Segundo o subgerente de pesquisa da gerência da EBDA em Ribeira do Pombal, Jairo Macedo, essas oleaginosas foram escolhidas devido à boa adaptação que demonstram, como baixa exigência de água e preferência por solos ricos em potássio, abundantes na região.
“A EBDA incentiva a diversificação do plantio para que o produtor não fique preso à monocultura, até porque a rotatividade evita o esgotamento do solo e garante a sustentabilidade da agricultura. Temos aqui uma região com potencial para a soja com pouco investimento em correção do solo, que faz o custo de produção cair, beneficia o pequeno produtor e pode ainda atrair outros investimentos, como a instalação de fábricas de ração para alimentação animal ou a instalação de granjas e abatedouros, por exemplo.”, explicou o chefe de divisão da EBDA, Dr. Edson Alva.
A terceira estação foi dedicada ao meio ambiente. Cuidados com o uso de agrotóxicos, a importância do receituário agronômico, transporte, armazenamento, preparo da calda, aplicação e descarte das embalagens foram abordados pelo gerente da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (ADAB) de Alagoinhas, Ricardo Motta, parceira das ações da EBDA. A demonstração do uso correto dos equipamentos de proteção individual (EPIs) e dos cuidados pós-aplicação, para evitar a intoxicação do produtor e do produto, foi feita pelo engenheiro agrônomo da EBDA, Alex Leal.
O agrônomo José Augusto Garcia, da EBDA, apresentou a nova política do Governo Federal de incentivo à agricultura de baixa emissão de carbono (ABC), que integra sistemas agroecológicos e visa beneficiar especialmente a agricultura familiar. Também divulgou o trabalho do viveiro da EBDA de Ribeira do Pombal, que produz mudas de espécies nativas para arborização das cidades e reflorestamento da zona rural.
“Plantar sementes de qualidade é o caminho mais seguro para aumentar a produtividade da lavoura”. Com essa afirmação, o técnico da EBDA, Eli Santana Santos, iniciou as explicações da quarta estação, sobre produção, beneficiamento, armazenamento e formação de bancos de sementes. Ele ressaltou a importância de escolher sementes de boa qualidade para evitar doenças na lavoura e apresentou o uso de produtos naturais, como cinza de madeira, pimenta do reino e tabatinga, uma espécie de cal presente na areia, como conservantes para as sementes. “Um dos maiores problemas da produção de sementes é sua conservação; conservantes naturais, acessíveis ao agricultor familiar, mantêm o poder germinativo e ajudam o produtor a ter material de qualidade para semear, sem precisar comprar”, garantiu Eli.
OITAVA EDIÇÃO
O gerente regional da EBDA em Ribeira do Pombal, José Augusto Bittencourt, ressaltou a importância das parcerias na realização do Dia de Campo: “Esse evento é a concretização dos trabalhos de pesquisa da Embrapa e da EBDA; temos outros parceiros, como a ADAB e os próprios agricultores, que demonstram interesse pelas novas tecnologias de desenvolvimento do campo”, disse Bittencourt.
Outro parceiro homenageado durante o evento foi o agricultor Virgílio Ferreira de Oliveira, proprietário da fazenda Lagoa da Vaca, local onde o Dia de Campo é realizado pelo oitavo ano consecutivo. “Esse dia é o ápice de um trabalho que dura o ano inteiro. Parceiros como o Sr. Virgílio, que abre as portas da sua propriedade para a realização de um evento desse porte, são muito importantes na construção do relacionamento entre a EBDA e os agricultores”, concluiu Faro.
(Fonte: Assimp/EBDA)
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